segunda-feira, 29 de setembro de 2014

CURSO DE EXTENÇÃO - GESTAÇÃO E PARTO

FAÇA JÁ SUA INSCRIÇÃO! 

Datas: 22 e 23.11.14

Sábado, 9 às 18 e Domingo, 9 às 16
Matrícula : R$ 30,00 (até 10.11 - vagas limitadas)


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Tempo: Cada vez mais acelerado

Você tem a sensação de que o tempo está voando? Não é o único. Pesquisadores estão tentando entender como - e por que - tudo ficou tão rápido (boa parte da culpa pode ser daquele monte de badulaques hipervelozes de última geração) - por Sérgio Gwercman


Você deve demorar uns seis minutos para ler as 1 679 palavras desta reportagem. Um pouco mais, um pouco menos, dependendo do seu ritmo, mas estima-se que a velocidade de leitura de um adulto chegue a 350 palavras por minuto. Convenhamos, seis minutos não é muito – mal dá para lavar a louça do jantar. Mas procure na banca de jornais quantas revistas fazem reportagens de quatro páginas, como esta, ou de dez, como a capa da edição que está em suas mãos, e você verá que a Super ocupa um espaço cada vez menor – o das revistas de “leitura longa”. “Existe um consenso entre editores do mundo todo de que os leitores têm cada vez menos tempo – e paciência – para ler. Por isso, a solução é fazer revistas, jornais e livros cada vez mais acelerados”, diz o jornalista canadense Carl Honoré. Para ele, a proliferação da leitura rápida é um dos sintomas de uma epidemia que assola todas as sociedades industrializadas: o desejo de viver em velocidade.
Carl é uma espécie de porta-voz do “movimento pela lerdeza” – hábito que ele jura não ter adquirido quando viveu por seis meses nas tranqüilas praias brasileiras. Seu livro, Devagar (que sai em junho no Brasil), é best seller na Europa advogando que poderíamos viver melhor trocando lanchonetes por banquetes caseiros, fazendo longas horas de sexo e parando de dirigir como pilotos de Fórmula 1. Ironicamente, o trabalho só começou por causa da leitura rápida. “Estava no aeroporto e me interessei por um livro com histórias de ninar de um minuto”, diz Carl. “Percebi que estávamos indo longe demais”. Naquele momento ele decidiu escrever um livro pregando que você deve passar muito mais de um minuto lendo para o seu filho antes de ir dormir.
O tempo está se acelerando. Um dia continua tendo 24 horas, 1 hora vale 60 minutos e, aleluia, cada minuto ainda tem 60 segundos – nem tudo está perdido. Mas há uma sensação generalizada de que não conseguimos fazer tudo que queremos. Falta tempo. Pagamos fortunas por engenhocas tecnológicas que deveriam facilitar nossa vida e continuamos com uma pressa insaciável. Você já deve ter sentido os efeitos desse fenômeno. Lembra quando a internet surgiu? Da maravilha que era saber que trocaríamos mensagens instantâneas e teríamos a biblioteca de Harvard ao alcance, bastando um clique no mouse. Agora pense na última vez que você recebeu um arquivo eletrônico pesado. E dos segundos que esperou para abri-lo, amaldiçoando a velocidade do computador, do provedor, da placa multimídia e do modem. Esses incompetentes que nos obrigam a esperar insuportáveis segundos para baixar...um livro inteiro!

AS CAUSAS

Essa histeria provavelmente começou na revolução industrial, com máquinas que trabalhavam mais rápido que os homens. Muitas atividades rotineiras foram agilizadas. Entre elas, uma vital: a capacidade de deslocamento. Dos tempos de Julio César, no século 1 a.C, aos de Napoleão, no século 19 d.C, nossa velocidade de movimentação foi quase sempre a mesma: a que o cavalo permitisse. A invenção dos motores, colocados em trens, mudou tudo. E o impacto provocou a organização sólida do tempo. Os fusos horários ganharam importância – antes, era indiferente a alguém que levava semanas para atravessar os Estados Unidos se, ao chegar a seu destino, houvesse um desnível de algumas horas em relação ao ponto de partida. Com os trens, a vida cotidiana passou a conviver não só com a hora certa, mas com o minuto exato em que a composição sai da estação e os segundos que podem descarrilar vagões num desvio fechado.
A tecnologia então disparou a oferecer velocidade a quem quiser consumi-la. “Todo o desenvolvimento tecnológico tende a deixar os processos mais rápidos”, diz Edward Tenner, especialista em história da tecnologia da Universidade Princeton, nos Estados Unidos. Uma volta ao shopping mostra como essa pressão ocorre: é praticamente impossível encontrar um produto (de telefones celulares a espremedores de laranja) que seja mais lento que sua versão anterior.
O boom seguinte é mais recente. Aconteceu no final do século 20 e transfigurou nossa capacidade de nos comunicar. “A tecnologia e a internet provocaram uma revolução na troca e na quantidade de informações”, diz o jornalista James Gleick, autor de Acelerado, livro que debate causas e efeitos da velocidade. “Uma coisa acelera a outra e nos vemos num círculo vicioso aparentemente inquebrável: a tecnologia gera demanda por velocidade, que empurra o desenvolvimento de novas tecnologias que precisam ser mais rápidas” diz. Assim, logo estamos desesperados para ter o chip que aumenta a memória RAM de 128 para 256 megabytes – mesmo sem saber o que fazer com os poucos segundos que lucramos com a mudança (talvez chegar em casa mais cedo para ficar entediado, com “saudades do trabalho”). Antigamente, qualquer pessoa que colocasse uma carta no correio sabia que ela iria demorar semanas para chegar ao destinatário. E, acredite, o mundo e os escritórios funcionavam. Hoje, os serviços de entrega devem ser imediatos. Com a invenção dos motoboys, Fedex, DHL e Sedex é cada vez menos justificável fazer alguém esperar além das 10 horas da manhã seguinte.
O resultado dessa avidez para “ganhar” tempo é que estamos cada vez mais com a sensação de perdê-lo. Pesquisadores afirmam que uma pessoa hoje sente que ele passa mais rápido do que para alguém que viveu há cem anos. E dão até uma estimativa de quanto: de 1,08 vez, para quem tem 24 anos, a 7,69 vezes, para quem tem 62 anos – a diferença seria causada pelo período de exposição à vida em alta velocidade. James Tien e James Burnes, professores de matemática aplicada do Instituto Politécnico Rensselaer, nos Estados Unidos, chegaram à essa conclusão analisando o crescimento das estatísticas de produtividade e emissão de patentes em 1897 e 1997 – os índices foram escolhidos por serem indicativos de desenvolvimento tecnológico e também por estarem entre os poucos com dados centenários confiáveis.
Há também uma explicação bioquímica para nossa percepção do ritmo em que horas e dias passam. À medida que envelhecemos, acredita-se, cai a produção cerebral de dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de energia e disposição. Esse processo pode desacelerar nosso relógio biológico. Uma experiência apresentada pelo neurocientista americano Peter Mangan mostrou como isso ocorre. Ele dividiu voluntários em três grupos etários que deveriam lhe avisar quando 60 segundos houvessem passado. Os jovens levavam, em média, 54 segundos. Os mais velhos, 67 segundos. Ou seja, os idosos eram surpreendidos pela informação de que um minuto inteiro transcorrera antes que eles se dessem conta. Isso explicaria, por exemplo, por que avós reclamam que “o ano passou rápido e já é Natal novamente” enquanto as crianças sofrem com a longa e demorada espera pela chegada dos presentes.

OS EFEITOS

Pressa. Ansiedade. E a sensação de que nunca é possível fazer tudo – além da certeza de que sua vida está passando rápido demais. Essas são as principais conseqüências de vivermos num mundo em que para tudo vale a regra do “quanto mais rápido, melhor”. Psiquiatras já discutem a existência de um distúrbio conhecido como “doença da pressa”, cujos sintomas seriam a alta ansiedade, dificuldade para relaxar e, em casos mais graves, problemas de saúde e de relacionamento. “Para nós, ocidentais, o tempo é linear e nunca volta. Por isso queremos ter a sensação de que estamos tirando o máximo dele. E a única solução que encontramos é acelerá-lo”, afirma Carl Honoré. “É um equívoco. A resposta desse dilema é qualidade, não quantidade.”
Para especialistas como James Gleick, Carl está lutando uma batalha invencível. “A aceleração é uma escolha que fizemos. Somos como crianças descendo uma ladeira de skate. Gostamos da brincadeira, queremos mais velocidade”, diz. O problema é que nem tudo ao nosso redor consegue atender à demanda. Os carros podem estar mais rápidos, mas as viagens demoram cada vez mais por culpa dos congestionamentos. Semáforos vermelhos continuam testando nossa paciência, obrigando-nos a frear a cada quarteirão. Mais sorte têm os pedestres, que podem apertar o botão que aciona o sinal verde – uma ótima opção para despejar a ansiedade, mas com efeito muitas vezes nulo. Em Nova York, esses sistemas estão desligados desde a década de 1980. Mesmo assim, milhares de pessoas o utilizam diariamente na esperança de reduzir seu minuto de espera.
É um exemplo do que especialistas chamam de “botões de aceleração”. Na teoria, deixam as coisas mais rápidas. Na prática, servem para ser apertados e só. Confesse: que raios fazemos com os dois segundos, no máximo, que economizamos ao acionar aquelas teclas que fecham a porta do elevador? E quem disse que apertá-la, duas, quatro, dez vezes vai melhorar a eficiência? “É um placebo, sem outra função que distrair os passageiros para quem dez segundos parecem uma eternidade”, escreve Gleick. Elevadores, aliás, são ícones da pressa em tempos velozes. Os primeiros modelos se moviam a vinte centímetros por segundo. Hoje, o mais veloz sobe doze metros por segundo. E, mesmo acelerando, estão entre os maiores focos de impaciência. Engenheiros são obrigados a desenvolver sistemas para conter nossa irritação, como luzes ou alarmes que antecipam a chegada do elevador e cuja única função é aplacar a ansiedade da espera.
Até onde isso vai? Um dos fatores que podem frear a corrida pela velocidade é o poder de consumo. “Hoje trocamos de computador a cada dois anos. Logo vai ser a cada seis meses. E depois? Não acredito que vamos comprar um computador novo por dia”, diz James Tien, do Instituto Rensselaer. A dúvida é saber se o que vai mudar é a velocidade com que novos produtos são colocados à venda ou o sistema de consumo, que se reinventará mais rápido ainda.
Neste caso, talvez a única solução será aderir à “batalha invencível” do movimento pela lerdeza. Entre as atividades propostas pelo movimento estão a organização de banquetes que demoram horas (um contraponto aos fast-foods) e propostas de mudanças profundas nas atitudes do dia-a-dia – para eles, chamar alguém de tartaruga é elogio. Essas pessoas também rejeitam os filmes de Hollywood cheios de ação e cortes rápidos e adoram livros grossos. Se bem que, como leitor da Super, talvez você já seja fã de textos longos, que nada têm de apressadinhos. Quer dizer, se é que você ainda está aí.

5 erros da vida acelerada...

• Prejudicar as relações com a família, namorados e amigos por estar muito apressado ou distraído para se envolver profundamente com outras pessoas
• Engordar ao comer (rápido) alimentos processados e altamente calóricos
• Ter idéias pouco criativas por dar à mente poucas chances de funcionar num modo mais suave, característico de quando relaxamos
• Deixar de ter prazer com a comida, sexo e hobbies por realizar atividades rápido demais
• Correr demais com as tarefas profissionais até cometer erros

...E 5 dicas para viver devagar

• Diariamente, separe tempo para desligar toda a tecnologia que nos cerca – internet, celulares, televisão. Aproveite para sentar sozinho com seus pensamentos
• Observe sua velocidade durante o dia. Por força do hábito fazemos algumas coisas mais rápido do que precisamos
• Deixe buracos na agenda e não preencha todos os momentos do dia com atividades. Resista à tentação de fazer mais e mais e tente fazer menos
• Faça refeições na mesa me vez de ter um prato balançando sobre as pernas em frente à televisão
• Encontre um hobby que desacelere sua rotina, como pintar, caminhar ou fazer iôga

Para saber mais

Na livraria:
Acelerado - James Gleick, Campus, 2000
Dez Considerações Sobre o Tempo - Bodil Jonson, José Olympio, 2004
Na internet:
www.inpraiseofslow.com 

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

I CONGRESSO ONLINE DE DOENÇAS CRÔNICAS E CURAS NATURAIS


I CONGRESSO ONLINE DE DOENÇAS CRÔNICAS E CURAS NATURAIS

O maior Congresso online sobre o tema no Brasil. De 11 a 14 e de 18 a 21 de agosto de 2014. Inscrições gratuitas.


UMA VIAGEM DE TRANSFORMAÇÃO. Inscreva-se GRATUITAMENTE ao lado para receber as informações detalhadas e assistir às 27 palestras do 1º Congresso Online de Doenças Crônicas e Curas Naturais!


click no link para fazer sua inscrição: http://congressodoencascronicas.com.br/


quinta-feira, 8 de maio de 2014

NOVA DATA PARA INÍCIO DO CURSO - A GESTAÇÃO MÊS A MÊS - UMA VISÃO INTEGRADA ENTRE A FISIOLOGIA DA MULHER E A ACUPUNTURA


nova data para início do curso

FAÇA SUA InscriÇÃO!



Neste seminário abordaremos a fisiologia energética na gravidez .A partir da concepção vamos apreciar o desenvolvimento gestacional  semana a semana, conhecendo as transformações

LOCAL: Av. Liberdade n° 113 2ºandar - Liberdade - São Paulo- menos de 50m do Metrô Liberdade.

OBJETIVO:
Fornecer ao participante uma fundamentação teórica consistente na abordagem dos aspectos fisiológicos e endocrinológicos da mulher com dificuldades para engravidar e na mulher durante a gestação mês a mês, em um paralelo com os aspectos simultâneos da fisiologia energética, segundo a visão da Medicina Chinesa.
   MINISTRANTES:
Profa. Dra. Márcia Nogueira Cataldi Abel - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0422870095680047
Dra. Eneida Mara Gonçalves  -  Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4560363230301770
Inscrições:
Valor do Investimento: R$ 600,00  em 3x de R$ 200,00
Datas: 21 e 22 de junho   -  26 e 27 de julho  -  23 e 24 de agosto
Favor realizar deposito para:
CIAA - Centro Integrado de Atualização em Acupuntura
CNPJ: 08.306.787/0001-26
Banco – Bradesco
Agência: 2847-9
Conta: 6222-7

Público alvo:  acadêmicos e profissionais da área da saúde, acupunturistas, doulas e pessoas interessadas no assunto (dois primeiros módulos).
Máximo de 35 pessoas
Mínimo de 16 pessoas
Enviar o comprovante com os dados  (nome completo, telefone, e-mail) para : 

O curso poderá ter sua data alterada, caso não atinja o numero mínimo de participantes.
Confirme sua participação até 26/mai/14. Após essa data entrar em contato pelo telefone: (11) 3078-2254 / (11) 3101-8209 / 3105-4739



terça-feira, 1 de abril de 2014

10 coisas que pessoas intuitivas fazem de maneira diferente.

 Comportamento, 27/03/2014 

10 coisas que pessoas intuitivas fazem de maneira diferente
A ciência cognitiva está começando a desmistificar a presença forte, mas às vezes inexplicável, do raciocínio inconsciente em nossa vida e pensamento
Carolyn Gregoire, do 
Homem pensando em frente a um lago com pôr-do-sol
A intuição é difícil de definir, mas exerce um papel enorme em nosso cotidiano. Steve Jobs, por exemplo, disse que ela é “mais poderosa que o intelecto”. Mas não importa como a articulamos, todos nós sabemos intuitivamente o que ela é. Praticamente todo o mundo já teve um sentimento visceral aquele raciocínio inconsciente que nos impele a fazer alguma coisa sem nos dizer por que ou como. Mas a natureza da intuição é algo que nos escapa e que já inspirou séculos de pesquisas e estudos nos campos da filosofia e psicologia“Eu defino a intuição como o saber sutil sem ter qualquer ideia de por que você sabe”, disse ao Huffington Post Sophy Burnham, autora de The Art of Intuition. “É diferente do pensamento, é diferente da lógica ou da análise. É um saber sem saber.” Nossa intuição está sempre presente, quer tenhamos consciência disso quer não. Como diz a presente e editora-chefe do HuffPost, Arianna Huffington, em seu livro ainda inédito Thrive“Mesmo quando não estamos diante de uma bifurcação na estrada, tentando decidir o que fazer e procurando ouvir aquela voz interior, nossa intuição está sempre presente, sempre lendo a situação, sempre tentando nos conduzir no rumo certo. Mas podemos ouvi-la? Estamos prestando atenção? Estamos vivendo uma vida que mantenha desbloqueado o caminho até nossa intuição? Alimentar e fortalecer nossa intuição e viver uma vida em que possamos fazer uso da sabedoria dela é uma maneira-chave de crescer, no trabalho e na vida.” A ciência cognitiva está começando a desmistificar a presença forte, mas às vezes inexplicável, do raciocínio inconsciente em nossa vida e pensamento. Frequentemente minimizada e descrita como anticientífica devido às suas ligações com a sensibilidade e comportamentos paranormais, a intuição não é simplesmente um monte de balela sobre nossos sentidos. “Existe um conjunto crescente de relatos e de esforços sólidos de pesquisas que sugerem que a intuição é um aspecto crítico da interação entre os humanos e nosso ambiente, estando à base de muitas decisões que tomamos”, disse ao New York Times em 2012 Ivy Estabrooke, gerente de programa do Escritório de Pesquisas Navais.

Veja dez coisas que pessoas que estão sintonizadas com sua intuição fazem de modo diferente:
Elas prestam atenção àquela voz interior
 “É muito fácil desmerecer a intuição”, diz Burnham. “Mas ela é um grande dom, algo que precisa ser notado.” A maior coisa que distingue as pessoas intuitivas é que ao invés de ignorar, elas ouvem a orientação de suas intuições e seus instintos. “Todas as pessoas estão ligadas à sua intuição, mas algumas pessoas não prestam atenção a ela, como intuição”, fala Burnham.
“Ainda não conheci nenhum empresário de sucesso que não dissesse ‘não sei por que fiz isso. Foi um palpite."Para tomar as melhores decisões de que somos capazes, diz Francis Cholle, autor de The Intuitive Compass, precisamos de um misto equilibrado de intuição -- que lança uma ponte entre o instinto e o raciocínio -- e pensamento racional. Mas o viés cultural contra os instintos ou as intuições nos leva com frequência a fazer pouco caso de nossas “impressões” -- para detrimento nosso. “Não é preciso rejeitar a lógica científica para beneficiar-se dos instintos”, diz Cholle. “Podemos honrar e recorrer a todas essas ferramentas, e buscamos um equilíbrio entre elas. E, ao procurar esse ponto de equilíbrio, vamos finalmente colocar todos nossos recursos cerebrais em ação.”.
Elas reservam tempo para ficar sozinhas
 Se você quer entrar em contato com sua intuição, passar um pouco de tempo sozinho pode ser a maneira mais eficaz. Assim como a solidão pode ajudar a suscitar o pensamento criativo, também pode nos ajudar a entrar em contato com nossa sabedoria interior mais profunda. De acordo com Burnham, as pessoas intuitivas muitas vezes são introvertidas. Mas, quer você seja introvertido, quer não, reservar algum tempo para ficar sozinho pode ajudá-lo a praticar o pensamento mais profundo e reconectar-se com você mesmo.
“É preciso poder desfrutar um pouco de solidão, um pouco de silêncio”, diz a autora. “Porque não dá para ouvir a intuição em meio ao barulho do cotidiano.”
 Elas criam
 “A criatividade produz seus melhores frutos quando funciona intuitivamente”, escreve a pesquisadora e escritora Carla Woolf. Na realidade, explica Sophy Burnham, as pessoas criativas são altamente intuitivas. E, assim como é possível aumentar sua criatividade com o treino, é possível fortalecer sua intuição. Na realidade, treinar uma coisa pode reforçar a outra.





Elas praticam a atenção consciente
 A meditação e outras práticas de atenção consciente podem ser uma ótima maneira de trazer sua intuição à tona. Como explica o Search Inside Yourself Leadership Institute: “A atenção consciente (mindfulness) pode ajudá-lo a eliminar a tagarelice mental, a pesar suas opções objetivamente, sintonizar-se com sua intuição e, ao final, tomar uma decisão que você pode apoiar completamente”. A atenção consciente também pode conectar você com sua intuição pelo fato de fortalecer o autoconhecimento. Um estudo de 2013 publicado no periódico Perspectives on Psychological Science mostrou que a atenção consciente -- definida como “prestar atenção à nossa experiência atual sem tecer julgamentos” -- pode nos proporcionar uma compreensão melhor de nossa personalidade. E, como nota Arianna Huffington em Thrive, o fortalecimento da intuição, compaixão, criatividade e paz são todos efeitos colaterais maravilhosos da prática da meditação.


Elas observam tudo
 “A primeira coisa a fazer é observar -- fazer um pequeno diário e tomar nota quando acontecem coisas incomuns”, diz Burnham. Você ganhará uma percepção aguda da frequência com que ocorrem em seu cotidiano coincidências, conexões surpreendentes e intuições acertadas. Em outras palavras, sua intuição começará a se manifestar.


Elas ouvem seu corpo
 As pessoas intuitivas aprendem a prestar atenção a seu corpo e dar ouvidos às suas “sensações viscerais”. Se alguma vez você já sentiu enjôo quando sabia que algo estava errado, mas não conseguia identificar o que era, sabe que as intuições podem provocar sensações físicas no corpo. Nossas sensações viscerais têm esse nome por uma razão: pesquisas indicam que a emoção e a intuição têm raízes no “segundo cérebro” situado no intestino.



Elas se conectam com outras em nível profundo
 Ler os pensamentos de outros pode parecer algo do campo da fantasia e pseudociência, mas na realidade é algo que fazemos diariamente. Isso se chama precisão empática, um termo usado na psicologia para descrever “a capacidade aparentemente mágica de mapear o terreno mental de uma pessoa a partir de suas palavras, emoções e linguagem corporal”, segundo a Psychology Today. “Quando você vê uma aranha subindo pela perna de uma pessoa, sente uma sensação desagradável”, escreve Marcia Reynolds na Psychology Today. “Do mesmo modo, quando você observa alguém tentando aproximar-se de um amigo e sendo rejeitado, seu cérebro registra a sensação de rejeição. Quando você vê seu time ganhar ou um casal abraçar-se na televisão, sente as emoções das pessoas como se estivesse com elas. Emoções sociais como culpa, vergonha, orgulho, constrangimento, aversão e desejo, tudo isso pode ser sentido com a observação dos outros.” Para Reynolds, prestar atenção às suas próprias emoções e passar tempo observando e ouvindo outras pessoas cara a cara pode reforçar seu poder de empatia.

Eles prestam atenção a seus sonhos
 Burnham recomenda prestar atenção a seus sonhos, para entrar em contato com os processos de pensamento inconscientes de sua mente. Sonhos e intuições nascem no inconsciente, e você pode começar a entrar em contato com essa parte de sua mente, prestando atenção a seus sonhos. “À noite, quando sonhamos, recebemos informações do inconsciente, a parte intuitiva do cérebro”, diz Burnham. “Se você presta atenção a seus sonhos, pode receber muitas informações sobre como viver sua vida.”

Eles se dão bastante tempo para relaxar
 Poucas coisas sufocam a intuição tão facilmente quanto estar constantemente ocupado, fazendo várias coisas ao mesmo tempo, conectado com aparelhos digitais e estressado. De acordo com Arianna, sempre temos uma visão intuitiva das pessoas em nossa vida -- em um nível profundo, sabemos diferenciar as pessoas boas das que são “bajuladoras e dissimuladas” --, mas nem sempre estamos suficientemente atentos à nossa intuição para admitir a diferença para nós mesmos. O problema é que vivemos ocupados demais. “Sempre recebemos avisos de nosso coração e nossa intuição, quando elas aparecem”, ela escreve em Thrive. “Mas muitas vezes estamos ocupados demais para tomar nota.”

Elas se despem conscientemente das emoções negativas
 As emoções fortes, especialmente as negativas, podem anuviar nossa intuição. Muitos de nós sabemos que nos sentimos mal, fora de sintonia com nos mesmos, quando estamos com raiva ou deprimidos, e pode ser porque estamos desconectados da intuição. “Quando você está muito deprimido, sua intuição pode falhar”, diz Burnham. “Quando está com raiva ou em estado de comoção emocional, sua intenção pode falhar completamente.” As evidências disso não são apenas baseadas em relatos. Um estudo de 2013 publicado no periódico Psychological Science mostrou que um estado de ânimo positivo elevou a capacidade de fazer avaliações intuitivas num jogo de palavras. Isso não quer dizer que as pessoas intuitivas nunca fiquem furiosas ou deprimidas. Mas sua intuição funcionará melhor se você geralmente for capaz de aceitar conscientemente as emoções negativas e depois se desapegar delas, em vez de reprimi-las. Marcos Santos/stock.xchng

sexta-feira, 21 de março de 2014

A Velhice e a Morte


 ELIANE BRUM Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance -Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada.




Na semana passada, sugeri a uma pessoa próxima que trocasse a palavra “idosas” por “velhas” em um texto. E fui informada de que era impossível, porque as pessoas sobre as quais ela escrevia se recusavam a ser chamadas de “velhas”: só aceitavam ser “idosas”.  Pensei: “roubaram a velhice”.  As palavras escolhidas – e mais ainda as que escapam – dizem muito, como Freud já nos alertou há mais de um século. Se testemunharmos uma epidemia de cirurgias plásticas na tentativa da juventude para sempre (até a morte), é óbvio esperar que a língua seja atingida pela mesma ânsia. Acho que “idoso” é uma palavra “fotoshopada” – ou talvez um lifting completo na palavra “velho”. E saio aqui em defesa do “velho” – a palavra e o ser/estar de um tempo que, se tivermos sorte, chegará para todos.
Desde que a juventude virou não mais uma fase da vida, mas uma vida inteira, temos convivido com essas tentativas de tungar a velhice também no idioma. Vale tudo. Asilo virou casa de repouso, como se isso mudasse o significado do que é estar apartado do mundo. Velhice virou terceira idade e, a pior de todas, “melhor idade”. Tenho anunciado a amigos e familiares que, se alguém me disser, em um futuro não tão distante, que estou na “melhor idade”, vou romper meu pacto pessoal de não violência. O mesmo vale para o primeiro que ousar falar comigo no diminutivo, como se eu tivesse voltado a ser criança. Insuportável.
A velhice é o que é. É o que é para cada um, mas é o que é para todos, também. Ser velho é estar perto da morte. E essa é uma experiência dura, duríssima até, mas também profunda. Negá-la é não só inútil como uma escolha que nos rouba alguma coisa de vital. Semanas atrás, em um programa de TV, o entrevistador me perguntou sobre a morte. E eu disse que queria viver a minha morte. Ele talvez não tenha entendido, porque afirmou: “Você não quer morrer”. E eu insisti na resposta: “Eu quero viver a minha morte”.
Na adolescência, eu acalentava a sincera esperança de que algum vampiro achasse o meu pescoço interessante o suficiente para me garantir a imortalidade. Mas acabei aceitando que vampiros não existem, embora circulem muitos chupadores de sangue por aí. Isso só para dizer que é claro que, se pudesse escolher, eu não morreria. Mas essa é uma obviedade que não nos leva a lugar algum.  Que ninguém quer morrer, todo mundo sabe. Mas negar o inevitável serve apenas para engordar o nosso medo sem que aprendamos nada que valha a pena.
  
A morte tem sido roubada de nós. E tenho tomado providências para que a minha não seja apartada de mim. A vida é incontrolável e posso morrer de repente. Mas há uma chance razoável de que eu morra numa cama e, nesse caso, tudo o que eu espero da medicina é que amenize a minha dor. Cada um sabe do tamanho de sua tragédia, então esse é apenas o meu querer, sem a pretensão de que a minha escolha seja melhor que a dos outros. Mas eu gostaria de estar consciente, sem dor e sem tubos, porque o morrer será minha última experiência vivida. Acharia frustrante perder esse derradeiro conhecimento sobre a existência humana. Minha última chance de ser curiosa.
Há uma bela expressão que precisamos resgatar cujo autor não consegui localizar: “A morte não é o contrário da vida. A morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”. A vida, portanto, inclui a morte. Por que falo da morte aqui nesse texto? Porque a mesma lógica que nos roubou a morte sequestrou a velhice. A velhice nos lembra da proximidade do fim, portanto acharam por bem eliminá-la. Numa sociedade em que a juventude é não uma fase da vida, mas um valor, envelhecer é perder valor.  Os eufemismos são a expressão dessa desvalorização na linguagem.
Não, eu não sou velho. Sou idoso. Não, eu não moro num asilo. Mas numa casa de repouso. Não, eu não estou na velhice. Faço parte da melhor idade. Tenho muito medo dos eufemismos, porque eles soam bem intencionados. São os bonitinhos mas ordinários da língua.  O que fazem é arrancar o conteúdo das letras que expressam a nossa vida. Justo quando as pessoas têm mais experiências e mais o que dizer, a sociedade tenta confiná-las e esvaziá-las também no idioma.
Chamar de idoso aquele que viveu mais é arrancar seus dentes na linguagem. Velho é uma palavra com caninos afiados – idoso é uma palavra banguela. Velho é letra forte. Idoso é fisicamente débil, palavra que diz de um corpo, não de um espírito. Idoso fala de uma condição efêmera, velho reivindica memória acumulada. Idoso pode ser apenas “ido”, aquele que já foi. Velho é – e está.  Alguém vê um Boris Schnaiderman, uma Fernanda Montenegro e até um Fernando Henrique Cardoso como idosos? Ou um Clint Eastwood? Não. Eles são velhos.
Idoso e palavras afins representam a domesticação da velhice pela língua, a domesticação que já se dá no lugar destinado a eles numa sociedade em que, como disse alguém, “nasce-se adolescente e morre-se adolescente”, mesmo que com 90 anos. Idosos são incômodos porque usam fraldas ou precisam de ajuda para andar. Velhos incomodam com suas ideias, mesmo que usem fraldas e precisem de ajuda para andar. Acredita-se que idosos necessitam de recreacionistas. Acredito que velhos desejam as recreacionistas. Idosos morrem de desistência, velhos morrem porque não desistiram de viver.
Basta evocar a literatura para perceber a diferença. Alguém leria um livro chamado “O idoso e o mar”?  Não. Como idoso o pescador não lutaria com aquele peixe. Imagine então essa obra-prima de Guimarães Rosa, do conto “Fita Verde no Cabelo”, submetida ao termo “idoso”: “Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam...”.
Velho é uma conquista. Idoso é uma rendição.
Como em 2012 passei a estar mais perto dos 50 do que dos 40, já começo a ouvir sobre mim mesma um outro tipo de bobagem.  O tal do “espírito jovem”. Envelhecer não é fácil. Longe disso. Ainda estou me acostumando a ser chamada de senhora sem olhar para os lados para descobrir com quem estão falando.  Mas se existe algo bom em envelhecer, como já disse em uma coluna anterior, é o “espírito velho”. Esse é grande. Vem com toda a trajetória e é cumulativo. Sei muito mais do que sabia antes, o que significa que sei muito menos do que achava que sabia aos 20 e aos 30. Sou consciente de que tudo – fama ou fracasso – é efêmero. Me apavoro bem menos. Não embarco em qualquer papinho mole. Me estatelei de cara no chão um número de vezes suficiente para saber que acabo me levantando. Tento conviver bem com as minhas marcas. Conheço cada vez mais os meus limites e tenho me batido para aceitá-los. Continua doendo bastante, mas consigo lidar melhor com as minhas perdas. Troco com mais frequência o drama pelo humor nos comezinhos do cotidiano. Mantenho as memórias que me importam e jogo os entulhos fora. Torço para que as pessoas que amo envelheçam porque elas ficam menos vaidosas e mais divertidas. E espero que tenha tempo para envelhecer muito mais o meu espírito, porque ainda sofro à toa e tenho umas cracas grudadas à minha alma das quais preciso me livrar porque não me pertencem. Espero chegar aos 80 mais interessante, intensa e engraçada do que sou hoje. Envelhecer o espírito é engrandecê-lo. Alargá-lo com experiências. Apalpar o tamanho cada vez maior do que não sabemos. Só somos sábios na juventude. Como disse Oscar Wilde, “não sou jovem o suficiente para saber tudo”. Na velhice havemos de ser ignorantes, fascinados pelas dimensões cada vez mais superlativas do que desconhecemos e queremos buscar.  É essa a conquista. Espírito jovem? Nem tentem. Acho que devíamos nos rebelar. E não permitir que nos roubem nem a velhice nem a morte, não deixar que nos reduzam a palavras bobas, à cosmética da linguagem. Nem consentir que calem o que temos a dizer e a viver nessa fase da vida que, se não chegou, ainda chegará. Pode parecer uma besteira, mas eu cometo minha pequena subversão jamais escrevendo a palavra “idoso”, “terceira idade” e afins. Exceto, claro, se for para arrancar seus laços de fita e revelar sua indigência. Quando chegar a minha hora, por favor, me chamem de velha. Me sentirei honrada com o reconhecimento da minha força. Sei que estou envelhecendo, testemunho essa passagem no meu corpo e, para o futuro, espero contar com um espírito cada vez mais velho para ter a coragem de encerrar minha travessia com a graça de um espanto.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014