Comportamento,
27/03/2014
10 coisas que pessoas
intuitivas fazem de maneira diferente
A ciência cognitiva está começando a desmistificar a presença
forte, mas às vezes inexplicável, do raciocínio inconsciente em nossa vida e
pensamento
A intuição é difícil de
definir, mas exerce um papel enorme em nosso cotidiano. Steve Jobs, por
exemplo, disse que ela é “mais poderosa que o intelecto”. Mas não importa como
a articulamos, todos nós sabemos intuitivamente o que ela é. Praticamente todo o mundo
já teve um sentimento visceral aquele raciocínio inconsciente que nos impele
a fazer alguma coisa sem nos dizer por que ou como. Mas a natureza da intuição
é algo que nos escapa e que já inspirou séculos de pesquisas e estudos nos
campos da filosofia e psicologia. “Eu defino a intuição
como o saber sutil sem ter qualquer ideia de por que você sabe”, disse ao Huffington Post
Sophy Burnham, autora de The Art of Intuition. “É diferente do pensamento, é
diferente da lógica ou da análise. É um saber sem saber.” Nossa intuição está
sempre presente, quer tenhamos consciência disso quer não. Como diz a presente
e editora-chefe do HuffPost, Arianna Huffington, em seu livro ainda inédito Thrive: “Mesmo quando não
estamos diante de uma bifurcação na estrada, tentando decidir o que fazer e
procurando ouvir aquela voz interior, nossa intuição está sempre presente,
sempre lendo a situação, sempre tentando nos conduzir no rumo certo. Mas
podemos ouvi-la? Estamos prestando atenção? Estamos vivendo uma vida que
mantenha desbloqueado o caminho até nossa intuição? Alimentar e fortalecer
nossa intuição e viver uma vida em que possamos fazer uso da sabedoria dela é
uma maneira-chave de crescer, no trabalho e na vida.” A ciência cognitiva está
começando a desmistificar a presença forte, mas às vezes inexplicável, do raciocínio
inconsciente em nossa vida e
pensamento. Frequentemente
minimizada e descrita como anticientífica devido às suas ligações com a
sensibilidade e comportamentos paranormais, a intuição não é simplesmente um
monte de balela sobre nossos sentidos. “Existe um conjunto crescente
de relatos e de esforços sólidos de pesquisas que sugerem que a intuição é um
aspecto crítico da interação entre os humanos e nosso ambiente, estando à base
de muitas decisões que tomamos”, disse ao New
York Times em 2012 Ivy Estabrooke, gerente de programa do Escritório de Pesquisas Navais.
Veja dez coisas que
pessoas que estão sintonizadas com sua intuição fazem de modo diferente:
Elas prestam atenção
àquela voz interior
“É muito fácil
desmerecer a intuição”, diz Burnham. “Mas ela é um grande dom, algo que precisa
ser notado.” A maior coisa que
distingue as pessoas intuitivas é que ao invés de ignorar, elas ouvem a
orientação de suas intuições e seus instintos. “Todas as pessoas estão
ligadas à sua intuição, mas algumas pessoas não prestam atenção a ela, como
intuição”, fala Burnham.

Elas reservam tempo
para ficar sozinhas

“É preciso poder
desfrutar um pouco de solidão, um pouco de silêncio”, diz a autora. “Porque não
dá para ouvir a intuição em meio ao barulho do cotidiano.”
Elas criam

Elas praticam a atenção consciente
Elas observam tudo
“A primeira coisa
a fazer é observar -- fazer um pequeno diário e tomar nota quando acontecem
coisas incomuns”, diz Burnham. Você ganhará uma percepção aguda da frequência
com que ocorrem em seu cotidiano coincidências, conexões surpreendentes e
intuições acertadas. Em outras palavras, sua intuição começará a se manifestar.
Elas ouvem seu corpo
Elas ouvem seu corpo
As pessoas
intuitivas aprendem a prestar atenção a seu corpo e dar ouvidos às suas
“sensações viscerais”. Se alguma vez você já
sentiu enjôo quando sabia que algo estava errado, mas não conseguia identificar
o que era, sabe que as intuições podem provocar sensações físicas no corpo.
Nossas sensações viscerais têm esse nome por uma razão: pesquisas indicam que a
emoção e a intuição têm raízes no “segundo
cérebro” situado no intestino.
Elas se conectam com outras em nível profundo
Elas se conectam com outras em nível profundo
Ler os pensamentos
de outros pode parecer algo do campo da fantasia e pseudociência, mas na
realidade é algo que fazemos diariamente. Isso se chama precisão empática, um termo usado na psicologia para descrever “a capacidade aparentemente
mágica de mapear o terreno mental de uma pessoa a partir de suas palavras,
emoções e linguagem corporal”, segundo a Psychology Today. “Quando você vê uma
aranha subindo pela perna de uma pessoa, sente uma sensação desagradável”,
escreve Marcia
Reynolds na Psychology Today. “Do mesmo modo, quando você observa alguém tentando aproximar-se
de um amigo e sendo rejeitado, seu cérebro registra a sensação de rejeição.
Quando você vê seu time ganhar ou um casal abraçar-se na televisão, sente as emoções
das pessoas como se estivesse com elas. Emoções sociais como culpa, vergonha,
orgulho, constrangimento, aversão e desejo, tudo isso pode ser sentido com a
observação dos outros.” Para Reynolds, prestar
atenção às suas próprias emoções e passar tempo observando e ouvindo outras
pessoas cara a cara pode reforçar seu poder de empatia.
Eles prestam atenção a seus sonhos
Eles prestam atenção a seus sonhos

Eles se dão bastante tempo para relaxar
Poucas coisas
sufocam a intuição tão facilmente quanto estar constantemente ocupado, fazendo
várias coisas ao mesmo tempo, conectado com aparelhos digitais e estressado. De
acordo com Arianna, sempre temos uma visão intuitiva das pessoas em nossa vida
-- em um nível profundo, sabemos diferenciar as pessoas boas das que são
“bajuladoras e dissimuladas” --, mas nem sempre estamos suficientemente atentos
à nossa intuição para admitir a diferença para nós mesmos. O problema é que
vivemos ocupados demais. “Sempre recebemos avisos
de nosso coração e nossa intuição, quando elas aparecem”, ela escreve em
Thrive. “Mas muitas vezes estamos ocupados demais para tomar nota.”
Elas se despem conscientemente das emoções negativas
Elas se despem conscientemente das emoções negativas
As emoções fortes,
especialmente as negativas, podem anuviar nossa intuição. Muitos de nós sabemos
que nos sentimos mal, fora de sintonia com nos mesmos, quando estamos com raiva
ou deprimidos, e pode ser porque estamos desconectados da intuição. “Quando você está muito
deprimido, sua intuição pode falhar”, diz Burnham. “Quando está com raiva
ou em estado de comoção emocional, sua intenção pode falhar completamente.” As evidências disso não
são apenas baseadas em relatos. Um estudo de 2013 publicado no periódico Psychological Science mostrou que um estado de ânimo positivo elevou a capacidade de
fazer avaliações intuitivas num jogo de palavras. Isso não quer dizer que
as pessoas intuitivas nunca fiquem furiosas ou deprimidas. Mas sua intuição
funcionará melhor se você geralmente for capaz de aceitar conscientemente as
emoções negativas e depois se desapegar delas, em vez de reprimi-las. Marcos Santos/stock.xchng